Anitta não pode gostar de rock.
Quem gosta dela também não.
Meninas não podem gostar de futebol.
Meninos não podem gostar de ginástica artística.
Pobre não pode gostar de esporte de rico.
Nem de marca de rico.
Nem de restaurante de rico.
Nem de aeroporto de rico.
Negro não pode gostar de medicina.
Não pode gostar de alguém do mesmo sexo.
Não pode gostar do governo atual.
Nem pode gostar de andar de cara limpa, sem maquiagem.
Mulher não pode gostar de engenharia mecânica.
Homem não pode gostar de moda.
Não pode gostar daquilo que a gente gosta.
Só pode gostar daquilo que você pode gostar.
Um gosto que é determinado pelo gosto dos outros e que dá um certo desgosto.
E fico pensando desgostosa em tudo aquilo que a gente poderia gostar se os outros deixassem que a gente gostasse!
Talvez se cada um fizesse aquilo que gosta, não ia gostar tanto de se meter nos gostos alheios.
quinta-feira, 16 de julho de 2015
sexta-feira, 12 de junho de 2015
Sobre o dia de hoje....
Hoje é um dia muito importante para todos: solteiros, casados, juntados, namorados, amigados, enfim, qualquer um que tenha um coração e um mínimo de humanidade. E não, não estou falando sobre o dia dos namorados....
Hoje também é o dia mundial contra o trabalho infantil, um dia longe de ser celebrado. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), existem cerca de 168 milhões de crianças e jovens trabalhando no mundo. Destes 168 milhões, 20 milhões são crianças com idade entre 5 e 14 anos.
Nesse momento, me permito uma pausa para um relato pessoal sobra a viagem que fiz ao Rio mês passado: estávamos eu e meu namorado no McDonald's da Nossa Senhora de Copacabana quando eu reparei num menino.... aliás, menino não, um bebê com seus, no máximo, 3 anos. Me abordou e me fez duas perguntas: "-Tia, compra uma bala?" e, com a minha recusa, "Tia, compra uma batata para mim?". Apesar do aperto no coração, da vontade de chorar, de pegar aquele serzinho lindo no colo e falar que ficaria tudo bem, também não comprei. Eu tinha visto o menino na entrada do estabelecimento cercado de marmanjos.
Longe de mim querer beatificar os pais do garoto, mas também não quis julgá-los. Eu não sei pelo que eles passaram na vida e nem quantas balas tiveram que vender quando crianças. Mas ao ver aquele menino, com o olhar tão inocente, pidão, cheio de desejos ao olhar as outras crianças comendo felizes com seus pais e brinquedos do lanche surpresa (e lembrando disso agora me escorreu uma lágrima), me perguntei como existe ainda pessoas que acreditam que aquela criança terá as mesmas oportunidades de vida que as crianças felizes com seus pais e brinquedos. A começar porque ele já não é mais criança. Teve sua infância roubada e usurpada. Não, ele já não é mais uma criança. Aliás, talvez nunca tenha sido.
Voltando a dados oficiais e ao mesmo tempo voltando à realidade do pequeno carioca, tenho um novo dados para os que odeiam cotas raciais: outra cota. Sim, a maioria das crianças que são submetidas a trabalhos infantis são negras. No Brasil, 5,8% de meninos negros entre 5 e 15 anos desenvolvem algum tipo de trabalho. Entre as meninas negras, essa taxa é de 2,9%. E, para uma outra "surpresa", os números maiores ficam em estados no Norte e Nordeste do país.
Não coincidentemente, a população carcerária brasileira é em sua maioria negra, fazendo com que os que tem preconceito, mascarado ou não, se baseiem neste tipo de dado para embasar sua tese de superioridade da raça branca. Mas te peço uma reflexão: eles estão lá por SEREM inferiores ou estão lá por serem TRATADOS como inferiores? É de uma hipocrisia gritante achar que eles e nós tivemos as mesmas oportunidades. "Ora, mas tem um primo de um amigo do meu tio que nasceu pobre, negro e favelado e hoje é CEO de uma multinacional". Que ótimo para ele! Mas ele faz parte de uma minoria. Um exceção à regra. Porque crianças, como o carioquinha, nascem condenadas a serem marginais e marginalizados.
Como, então, podemos combater o trabalho infantil? A solução é muito simples. Uma tecnologia sensacional, que diminui inclusive o número da população carcerária: Educação. Educação de qualidade. E não falo apenas sobre português, matemática, ciências. Falo sobre desenvolvimento físico, mental, social. Por que ao invés de discutirmos redução da maioridade penal (um negócio muito lucrativo para alguns), não discutimos sobre a situação emergencial que a educação de base do nosso país se encontra. E isso não sou eu que falo: a própria OIT, através de seu diretor, declarou que a maior arma contra o trabalho infantil é a educação de qualidade. Cabe a nós, cidadãos bem informados, lutar por essas crianças. Aliás, trata-se de um dever ético e moral que nós lutemos por elas.
Hoje também é o dia mundial contra o trabalho infantil, um dia longe de ser celebrado. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), existem cerca de 168 milhões de crianças e jovens trabalhando no mundo. Destes 168 milhões, 20 milhões são crianças com idade entre 5 e 14 anos.
Nesse momento, me permito uma pausa para um relato pessoal sobra a viagem que fiz ao Rio mês passado: estávamos eu e meu namorado no McDonald's da Nossa Senhora de Copacabana quando eu reparei num menino.... aliás, menino não, um bebê com seus, no máximo, 3 anos. Me abordou e me fez duas perguntas: "-Tia, compra uma bala?" e, com a minha recusa, "Tia, compra uma batata para mim?". Apesar do aperto no coração, da vontade de chorar, de pegar aquele serzinho lindo no colo e falar que ficaria tudo bem, também não comprei. Eu tinha visto o menino na entrada do estabelecimento cercado de marmanjos.
Longe de mim querer beatificar os pais do garoto, mas também não quis julgá-los. Eu não sei pelo que eles passaram na vida e nem quantas balas tiveram que vender quando crianças. Mas ao ver aquele menino, com o olhar tão inocente, pidão, cheio de desejos ao olhar as outras crianças comendo felizes com seus pais e brinquedos do lanche surpresa (e lembrando disso agora me escorreu uma lágrima), me perguntei como existe ainda pessoas que acreditam que aquela criança terá as mesmas oportunidades de vida que as crianças felizes com seus pais e brinquedos. A começar porque ele já não é mais criança. Teve sua infância roubada e usurpada. Não, ele já não é mais uma criança. Aliás, talvez nunca tenha sido.
Voltando a dados oficiais e ao mesmo tempo voltando à realidade do pequeno carioca, tenho um novo dados para os que odeiam cotas raciais: outra cota. Sim, a maioria das crianças que são submetidas a trabalhos infantis são negras. No Brasil, 5,8% de meninos negros entre 5 e 15 anos desenvolvem algum tipo de trabalho. Entre as meninas negras, essa taxa é de 2,9%. E, para uma outra "surpresa", os números maiores ficam em estados no Norte e Nordeste do país.
Fonte: Reportagem
Não coincidentemente, a população carcerária brasileira é em sua maioria negra, fazendo com que os que tem preconceito, mascarado ou não, se baseiem neste tipo de dado para embasar sua tese de superioridade da raça branca. Mas te peço uma reflexão: eles estão lá por SEREM inferiores ou estão lá por serem TRATADOS como inferiores? É de uma hipocrisia gritante achar que eles e nós tivemos as mesmas oportunidades. "Ora, mas tem um primo de um amigo do meu tio que nasceu pobre, negro e favelado e hoje é CEO de uma multinacional". Que ótimo para ele! Mas ele faz parte de uma minoria. Um exceção à regra. Porque crianças, como o carioquinha, nascem condenadas a serem marginais e marginalizados.
Como, então, podemos combater o trabalho infantil? A solução é muito simples. Uma tecnologia sensacional, que diminui inclusive o número da população carcerária: Educação. Educação de qualidade. E não falo apenas sobre português, matemática, ciências. Falo sobre desenvolvimento físico, mental, social. Por que ao invés de discutirmos redução da maioridade penal (um negócio muito lucrativo para alguns), não discutimos sobre a situação emergencial que a educação de base do nosso país se encontra. E isso não sou eu que falo: a própria OIT, através de seu diretor, declarou que a maior arma contra o trabalho infantil é a educação de qualidade. Cabe a nós, cidadãos bem informados, lutar por essas crianças. Aliás, trata-se de um dever ético e moral que nós lutemos por elas.
quinta-feira, 12 de março de 2015
A mulher como chefe de família (ou: como já não estamos mais na pré-história)
Hoje me deparei com uma matéria que diz muito sobre nossa sociedade e o comportamento dela perante uma "chefe de família". Em resumo, a publicitária Érica Navarro virou "outra" na conta do aluguel que ela mesma assinou. Ela, que começou a morar junto a seu companheiro e recebendo mais do que ele, assumiria a dívida do aluguel. Mesmo não sendo casados, a imobiliária informou que o nome dele poderia constar no contrato, mesmo eles não sendo casados. Mesmo sendo ela a locatária, quem assinou os contratos e quem pagaria o aluguel, eis exatamente o que aconteceu:
O nome dela simplesmente SUMIU da conta (tudo bem que muitos de nós adoraria que algumas contas sumissem do nosso nome, mas não desse jeito!). A matéria completa pode ser vista aqui.
Para quem vê como uma situação isolada, foi apenas um erro, um engano. Mas quantos enganos como este acontecem diariamente? Quantas vezes o homem é visto automaticamente como o "chefe da família"?
Segundo o IBGE:
Ou seja, além de tudo, o próprio termo chefe de família está obsoleto. Isso se dá pelo fato de que a participação dos outros membros da família em tomadas de decisões e sustento da casa. Um estudo publicado pela prefeitura de São Paulo aqui de outubro de 2012 mostra que o número de mulheres que chefiam a família teve um aumento de cerca de 50% na última década, sendo este aumento uma tendência nacional.
Então fica a pergunta: por que ainda muitas pessoas tem a visão de que quem manda na casa é o homem? É tão difícil (ou vergonhoso) aceitar que, apesar da insistente disparidade de salários entre homens e mulheres que ocupem o mesmo cargo, uma mulher receba mais que seu marido/companheiro/namorado?
Aparentemente, sim. Parece que o homem que deixa de "mandar em casa" é menos homem. Em algumas cabeças, se duvidar, deixar de ser quem ganha mais é perder o controle, perder testosterona.
Em tempo, já dizia a Beyoncé: "Who run the world? Girls!"
O nome dela simplesmente SUMIU da conta (tudo bem que muitos de nós adoraria que algumas contas sumissem do nosso nome, mas não desse jeito!). A matéria completa pode ser vista aqui.
Para quem vê como uma situação isolada, foi apenas um erro, um engano. Mas quantos enganos como este acontecem diariamente? Quantas vezes o homem é visto automaticamente como o "chefe da família"?
Segundo o IBGE:
"O termo chefe do domicílio ou chefe da família sempre esteve associado à autoridade e responsabilidade pelos negócios da família e, na maioria dos casos, à mais importante fonte de sustento. Os dados mostraram, ao longo dos anos, a predominância de pessoas do sexo masculino nessa escolha.
Com o passar dos anos e a crescente participação de todos os membros da família nas decisões de âmbito familiar e, também, o crescimento do número de pessoas economicamente ativas por domicílio e o conseqüente compartilhamento no sustento da família, a palavra chefe passou a ser considerada inadequada e foi abandonada. No início da década de 90, as novas pesquisas domiciliares lançadas pelo IBGE passaram a utilizar o termo "pessoa de referência" para identificar a primeira pessoa do questionário, a partir da qual seriam verificadas as relações entre os moradores do domicílio e observadas as estruturas familiares."
Fonte: Censo 2000
Ou seja, além de tudo, o próprio termo chefe de família está obsoleto. Isso se dá pelo fato de que a participação dos outros membros da família em tomadas de decisões e sustento da casa. Um estudo publicado pela prefeitura de São Paulo aqui de outubro de 2012 mostra que o número de mulheres que chefiam a família teve um aumento de cerca de 50% na última década, sendo este aumento uma tendência nacional.
Então fica a pergunta: por que ainda muitas pessoas tem a visão de que quem manda na casa é o homem? É tão difícil (ou vergonhoso) aceitar que, apesar da insistente disparidade de salários entre homens e mulheres que ocupem o mesmo cargo, uma mulher receba mais que seu marido/companheiro/namorado?
Aparentemente, sim. Parece que o homem que deixa de "mandar em casa" é menos homem. Em algumas cabeças, se duvidar, deixar de ser quem ganha mais é perder o controle, perder testosterona.
Em tempo, já dizia a Beyoncé: "Who run the world? Girls!"
quarta-feira, 11 de março de 2015
Bom dia, senhoras e senhores, meninos e meninas ou para quem não é nenhuma das opções anteriores.
Estou há muito tempo pensando num bom texto de apresentação. Pensei que poderia escrever sobre os motivos da criação deste blog, mas acho que este ponto será respondido ao longo de nossas postagens. Então, acredito eu, que nada melhor do que começar explicando quem somos "nós".
Eu, que escrevo agora, sou a Mariana. Mari para os mais íntimos. Para os menos íntimos também. Na verdade, é difícil ser "Mariana" e não virar "Mari" logo de cara.
Sou absolutamente idiota. É o que dizem meus amigos. Uma idiota bem informada, eu diria, estou na minha segunda pós-graduação. Considerando que comecei na escolinha aos 3 meses, são 25 anos ininterruptos de estudos.
Agora, o que posso dizer sobre minhas companheiras de blog?
A Cau (Cláudia) é uma das pessoas mais inteligentes na minha timeline. Disso eu não tenho dúvidas. Ela é divertida e linda (não falo da beleza que os olhos vem). Alguém com quem eu discuto e compartilho muitas ideias. Ela morou um tempo fora do país, o que, ao meu ver, a tornou mais apaixonada pelo Brasil.
A Má (Marilia, assim mesmo sem acento - culpa do cara do cartório) é uma das minhas melhores descobertas dos últimos anos. Não é todo dia que conhecemos uma professora de História que sabe fazer contas (e bem!). E ela faz de tudo pelos alunos dela. Minha melhor definição sobre a Marilia cabe em um diálogo sobre ela entre eu e minha irmã:
Minha Irmã: - Em que ONG a Marilia trabalha mesmo?
Eu: - Em nenhuma, ela é professora no Estado.
MI: - Ah, achei que ela fosse voluntária em algum lugar.
Eu: - Sim, é praticamente a mesma coisa.
Sobre a Tamara, pouco posso falar, apenas que foi uma paixão à primeira vista (da timeline). Ela é Diva. É isso que eu posso dizer.
É difícil defini-las em tão poucas palavras. O que eu posso dizer, sobre todas nós, é que somos mulheres. Fortes, independentes e, principalmente, pensantes. Temos nossas opiniões e certezas próprias, não moldadas, mas formadas.

Estou há muito tempo pensando num bom texto de apresentação. Pensei que poderia escrever sobre os motivos da criação deste blog, mas acho que este ponto será respondido ao longo de nossas postagens. Então, acredito eu, que nada melhor do que começar explicando quem somos "nós".
Eu, que escrevo agora, sou a Mariana. Mari para os mais íntimos. Para os menos íntimos também. Na verdade, é difícil ser "Mariana" e não virar "Mari" logo de cara.
Sou absolutamente idiota. É o que dizem meus amigos. Uma idiota bem informada, eu diria, estou na minha segunda pós-graduação. Considerando que comecei na escolinha aos 3 meses, são 25 anos ininterruptos de estudos.
Agora, o que posso dizer sobre minhas companheiras de blog?
A Cau (Cláudia) é uma das pessoas mais inteligentes na minha timeline. Disso eu não tenho dúvidas. Ela é divertida e linda (não falo da beleza que os olhos vem). Alguém com quem eu discuto e compartilho muitas ideias. Ela morou um tempo fora do país, o que, ao meu ver, a tornou mais apaixonada pelo Brasil.
A Má (Marilia, assim mesmo sem acento - culpa do cara do cartório) é uma das minhas melhores descobertas dos últimos anos. Não é todo dia que conhecemos uma professora de História que sabe fazer contas (e bem!). E ela faz de tudo pelos alunos dela. Minha melhor definição sobre a Marilia cabe em um diálogo sobre ela entre eu e minha irmã:
Minha Irmã: - Em que ONG a Marilia trabalha mesmo?
Eu: - Em nenhuma, ela é professora no Estado.
MI: - Ah, achei que ela fosse voluntária em algum lugar.
Eu: - Sim, é praticamente a mesma coisa.
Sobre a Tamara, pouco posso falar, apenas que foi uma paixão à primeira vista (da timeline). Ela é Diva. É isso que eu posso dizer.
É difícil defini-las em tão poucas palavras. O que eu posso dizer, sobre todas nós, é que somos mulheres. Fortes, independentes e, principalmente, pensantes. Temos nossas opiniões e certezas próprias, não moldadas, mas formadas.
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